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ANÁLISE DE UM PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

EDUCAÇÃO & LITERATURA

JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO

 

 

 

Josué Geraldo Botura do Carmo[1]

Agosto/2006

 

O que se tem deste Projeto Político Pedagógico é a Filosofia que foi construída com a participação dos funcionários da escola no ano de 2003. Contudo essa Filosofia não é observada no cotidiano da escola.

Este Projeto Político Pedagógico garante uma democracia quando diz em sua introdução que:

“O objetivo maior de se construir um Projeto Político Pedagógico é o de conquistar maior autonomia para a unidade escolar, desviando o eixo do planejamento educativo do nível central para o nível das escolas, possibilitando uma abertura para a realização de experiências inovadoras, ousadas e desafiadoras. O Projeto Político Pedagógico é um norteador da  ação pedagógica”,

pois a autonomia é uma forma de participação efetiva.

FILOSOFIA: “... tem sua filosofia fundamentada na transparência, no diálogo e no respeito  à diversidade cultural e ideológica de toda a Comunidade Escolar[2][1], tendo sempre em vista que há uma infinidade de formas de viver, de  pensar e de agir, além de diferentes interesses e ritmos individuais, visando sempre a inclusão de toda a comunidade escolar, para que esta possa participar de forma efetiva de todo o processo educativo como colaboração para a democratização da sociedade, na troca de experiências e na construção da cidadania. Tudo de forma vivenciada”.

Aqui também podemos notar a preocupação com a participação, visando a democracia.

CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO: “Trabalharemos dentro de uma concepção de  educação “construicionista” que vê a educação  como uma prática educativa dentro do processo ensino-aprendizagem com ênfase no aprender a aprender, no saber a pensar, no criar e inovar; e no construir conhecimentos, através da participação, de forma cooperativa, priorizando a formação de conceitos e tendo o conteúdo como meio e não como fim. O papel do professor  é o de, valorizando a construção mental do sujeito, orientá-lo na instrumentalização do próprio aprendizado, fazendo com que o educando crie métodos próprios para organização de sua aprendizagem, sabendo recorrer a múltiplas vias e fontes de saber, com capacidade de selecioná-las e sintetizá-las, além de ser capaz de compartilhar idéias, teorias, e resultados experimentais com outros”.

Aqui falamos de participação de forma cooperativa e de compartilhamento de idéias, isso também é vivência de democracia.

 

CONCEPÇÃO DE ESCOLA: “Um ambiente com espaços diversificados para atividades intelectuais, artísticas e esportivas e de lazer, voltado para a construção coletiva do conhecimento, com espaços e tempos flexíveis onde professores e alunos tenham oportunidade de trabalharem juntos, em pequenos grupos, nos conteúdos conceituais, de acordo com seus interesses, criando suas próprias metodologias e construindo a partir delas os seus conceitos a serem compartilhados com todos. Os conteúdos procedimentais serão trabalhados em nossos procedimentos do dia a dia através da organização da escola tendo sempre em vista a participação de todos os envolvidos no processo educativo, ou seja toda a comunidade escolar, através de Associação de professores, pais de alunos, alunos, e demais funcionários, sendo toda questão tanto de ordem administrativa, como de ordem pedagógica, resolvida em Assembléia Geral com a  participação de todos esses segmentos, promovendo a democracia em nosso meio. Desta forma toda decisão e informação no que diz respeito à Unidade Escolar estará sempre a disposição de todos, primando pela clareza e transparência. Acreditando que somente pelo saber e pela oportunidade de participação no dia a dia podemos mudar nossas atitudes. Um espaço que busque trabalhar sempre o mais próximo, com perspectivas globais”.

Aqui falamos em construção coletiva do conhecimento, da participação de todos os envolvidos no processo educativo, prevendo Associação de professores, pais de alunos, alunos e demais funcionários, prevendo uma Assembléia Geral, promovendo a democracia em nosso meio. Primando pela clareza e transparência. (Nada disso existe de fato).

CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO: “Trabalharemos dentro de uma concepção de  educação construicionista que vê a educação  como uma prática educativa dentro do processo ensino-aprendizagem com ênfase no aprender a aprender, no saber pensar de forma crítica para formar uma opinião, no criar e inovar; e no construir conhecimentos interdisciplinares, através da participação, de forma cooperativa. Aprendendo a ser, aprendendo a fazer e aprendendo a conviver”.

Aqui de novo aparece a preocupação da participação e da cooperação.

CONCEPÇÃO DE PROFESSOR: “O profissional que valoriza a construção mental do sujeito, orientando-o na instrumentalização do próprio aprendizado, fazendo com que o educando crie métodos próprios para organização de sua aprendizagem. Um profissional que busca o aperfeiçoamento constante, dentro de suas possibilidades e oportunidades oferecidas”.

CONCEPÇÃO DE ALUNO: “Aquele que sabe recorrer a múltiplas vias e fontes de saber, com capacidade de selecioná-las e sintetizá-las, construindo seus próprios conceitos, além de ser capaz de compartilhar idéias, teorias, e resultados experimentais com outros”.

Aqui se defende a autonomia que é também uma forma de participação e construção da democracia.

 

 

CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO: “Partindo do pressuposto de que não há pessoas de diferentes categorias e que todos têm direito fundamental à existência, à cultura, ao conhecimento e ao desenvolvimento, e que  o papel fundamental do professor é o de orientar, de intervir para qualificar, criando condições para a efetiva aprendizagem e desenvolvimento de todos e não o de medir, julgar, e selecionar, adotaremos a avaliação progressiva, que tem uma visão de continuidade do processo de aprendizagem e desenvolvimento do aluno, favorecendo a aprendizagem e o desenvolvimento humano de todos, visando a inclusão social.  Esta forma de avaliação assume o compromisso com a aprendizagem efetiva na continuidade do estudo, dando ao aluno a oportunidade de reconstruir a sua aprendizagem e respeitando a diversidade dos alunos decorrentes de suas características individuais e culturais, aceitando os vários caminhos de aprendizagem, em ritmos diferentes, que se manifestam em especificidades de trajetórias escolar e de vida. A avaliação é uma atividade de acompanhamento e transformação do processo de ensino-aprendizagem, através da observação, análise, registro, reflexão sobre o que foi observado e registrado, comunicação dos resultados e tomada de decisão para atingir os objetivos que ainda não foram alcançados, ou seja, fazendo diagnósticos, analisando a situação, dando retorno ao aluno de seus limites e seus avanços, e preparando novas atividades que poderão auxiliar o aluno na superação de seus limites e no melhor aproveitamento de suas capacidades”.

A forma de avaliar é também democrática.

 

OBJETIVOS GERAIS EDUCACIONAIS

1.      Promover a comunicação de forma clara e objetiva, através do domínio das diversas linguagens utilizadas pelo homem;

2.      Promover o desenvolvimento dos raciocínios dedutivos, indutivos e da intuição para se buscar caminhos para a resolução de problemas;

3.      Promover a capacidade de  analisar e interpretar fatos de forma participativa;

4.      Promover a capacidade de compreender o entorno social para poder  atuar sobre ele;

5.      Promover a capacidade de receber criticamente informações e dados veiculados pelos meios de comunicação;

6.      Promover a capacidade de localizar, selecionar e gerenciar as informações coletadas;

7.      Promover a capacidade de planejar e decidir em grupo;

8.      Cultivar uma mentalidade coerente com a realidade mundial, partindo sempre do entorno social;

9.      Desenvolver o trabalhar coletivo, sabendo respeitar a diversidade de idéias dentro do grupo;

10.   Formar uma comunidade escolar crítica e participativa.

 

Nos objetivos educacionais vamos falar de trabalho coletivo, respeito a diversidade de idéias e da formação de uma comunidade crítica e participativa.

 

A idéia está lançada, agora é necessário colocar em prática. É o mais difícil.

 


 

[1] Pedagogo com habilitação em Administração Escolar de 1º e 2º grau e Magistério das Matérias Pedagógicas de 2º grau. Professor Facilitador em Informática Aplicada à Educação pelo PROINFO - MEC NTE MG2.