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 EDUCAÇÃO & LITERATURA

 

IMAGENS QUE DESUMANIZAM

X

IMAGENS QUE PROPÕEM UMA IDENTIDADE

JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO

 

 

 
 

Josué Geraldo Botura do Carmo[1]

Outubro/2006 

O sociólogo Oracy Nogueira, segundo Inocêncio (2006), vai tratar do preconceito de marca, que é aquele preconceito vinculado, principalmente à aparência das pessoas. Este tipo de preconceito é muito comum no Brasil, pois quando tratamos aqui as pessoas como negras ou brancas, evidenciam-se apenas algumas heranças fenotípicas. A pessoa terá mais vantagens quanto mais distantes forem suas características negras e mais próximas forem do modelo europeu. Seria o modelo do loiro de olhos azuis. O trânsito pela sociedade daqueles que possuem características negras é menos tranqüilo. Vemos o corpo negro como a antítese do que se imagina como normal. É um corpo caricato, animalesco, que amedronta pela força física que sobrepõe ao intelecto.

 

Assim há vários aspectos que denunciam a descendência, como o cabelo, que é um grande problema para os negros, que vivem alisando-os como uma forma de serem aceitos, de estarem dentro dos padrões da moda. Em nossas salas de aula precisamos mostrar através de figuras e vídeos os diversos penteados, para ocasiões específicas, para os diferentes tipos de cabelo existentes.

 

Além do cabelo, a face e seus elementos constituintes, como olhos, nariz e boca, também recebem tratamentos diversos em nossa cultura visual: depreciar os olhos grandes dos negros, o seu nariz chato ou seus lábios grossos é uma falta de zelo na leitura do outro. Em nossas salas de aula podemos mostrar a diversidade dos traços na diversas etnias, ressaltando a beleza particular de cada traço, não o vendo como fora do padrão estético, mas como particularidade da diversidade existente.

 

Às populações negras é atribuído um comportamento sexual assustador, a ponto de se acreditar na existência de razões patológicas que o expliquem, além do tamanho do pênis dos negros, do calor das negras. Mitos que precisam ser desmistificados.

Desta forma estaremos contribuindo para a desconstrução dos estereótipos e clichês que fundamentam o racismo no nosso país, contrapondo-se ao olhar eurocêntrico sobre o corpo negro.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

 INOCÊNCIO, Nelson Olokofá. Corpo negro na cultura visual brasileira. In: Educação africanidades Brasil. MEC – SECAD – UnB – CEAD – Faculdade de Eucação. Brasília. 2006. p. 184-192.


 

[1] Pedagogo com habilitação em Administração Escolar de 1º e 2º grau e Magistério das Matérias Pedagógicas de 2º grau. Professor Facilitador em Informática Aplicada à Educação pelo PROINFO - MEC NTE MG2.