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EDUCAÇÃO & LITERATURA

JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO

 

EDUCAÇÃO&COMUNICAÇÃO

Josué Geraldo Botura do Carmo[1]

Janeiro/2002

“Não há nada mais suave e nem

 mais profundo que um toque”.

Walt Whitman

 

 

 

 O Ministério da Educação no Brasil já esteve ligado ao Ministério da Saúde, da Cultura, e hoje está ligado ao Ministério dos Desportos. Em breve deveremos estar ligados ao Ministério das Comunicações.

A  educação hoje precisa estar atenta, tomando cuidado, para não se separar o corpo da mente, o sensorial do racional, o lógico do intuitivo, o concreto do abstrato e o visual do impresso, buscando educar dentro de uma visão de totalidade, de pessoas inteiras. Cabe ao educador ser ele mesmo e ajudar os outros a também serem.

O conhecimento, sabemos hoje, não é fragmentado, mas interdependente, interligado, intersensorial. Conhecer significa compreender todas as dimensões da realidade, captar e expressar essa totalidade de forma cada vez mais ampla e integral, através dos sentidos: o toque, a comunicação corporal, os vários ritmos, os vários olhares, os vários sons.

Howard Gardner em seu livro “Estruturas da Mente” vai nos mostrar que temos várias habilidades a serem desenvolvidas e cada um, individualmente, desenvolve mais umas e menos outras. Desta forma ele classifica essas “inteligências” como lingüísticas,  lógico-matemática, espacial – que é a capacidade de pensar com imagens, que é a memória visual, musical, cinetésico-corporal, que processa melhor a informação através do movimento e do toque. São aqueles que não conseguem ficar muito tempo sentados e aprendem melhor movimentando-se, tocando ou mexendo nas coisas.

Todos temos os mesmos instrumentos para chegar ao conhecimento, cada qual a seu modo. Contudo todos partem do concreto, do sensível, do analógico na direção do conceitual, do abstrato. E os caminhos para o conhecimento através do sensorial se cruzam com os da intuição que é o caminho da descoberta, das conexões inesperadas, das junções, das superposições, da navegação não linear, da capacidade de maravilhar-se, do aprofundamento do conhecimento psíquico, de formas de comunicação menos conscientes. O caminho da intuição é um caminho agradável, imprevisível, atraente, propício a descobertas. Muitas vezes confuso, irracional e ilógico. Enquanto que  o conhecimento racional exige concentração, o conhecimento intuitivo exige relaxamento. O afetivo está também ligado ao sensorial e ao intuitivo e se manifesta no clima do acolhimento, de empatia, inclinação, desejo, gosto, paixão, ternura, compreensão para consigo mesmo e para com os outros ou para com o objeto do conhecimento. O afetivo contribui para dinamizar as interações, as trocas, a busca e os resultados. Facilita a comunicação, toca os participantes e promove a união.

Através do racional organizamos, sistematizamos, hierarquizamos, priorizamos, relacionamos, seqüencializamos e causalizamos os dados que nos chegam de forma caótica, dispersa e ininteligível. É ele que nos possibilita explicar, contextualizar e aprofundar as dimensões sensoriais e intuitivas.

Aí está a força da televisão e do vídeo que combinam a multiplicidade de imagens e ritmos, com uma variedade de falas, músicas, sons, textos escritos. Essa combinação de linguagens sacode o cérebro, atingindo o sensorial, o afetivo e o racional. A imagem nos toca, a música nos comove, a narração emociona, o ritmo entretém. Todos os sentidos são acionados e nosso ser é atingido.

A educação precisa estabelecer pontes entre os meios de comunicação e a escola, promovendo a leitura crítica dos meios de comunicação nas diversas áreas do conhecimento, fazendo uma análise tanto do ponto de vista estético como de conteúdo, respeitando a diversidade cultural e ressaltando o que é ideológico.

 
 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Interferências dos Meios de Comunicação
no Nosso Conhecimento

José Manuel Moran
Professor de Novas Tecnologias
Artigo publicado na Revista INTERCOM - Revista Brasileira de Comunicação
São Paulo,Vol. XVII, n.2, Julho/Dezembro de 1994


 

[1] Pedagogo com habilitação em Administração Escolar de 1º e 2º graus e Magistério  das Matérias Pedagógicas do 2º grau. Professor Facilitador pelo PROINFO – MEC.