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EDUCAÇÃO & LITERATURA

JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO

 

IMPLANTAÇÃO DA INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO: ESTRUTURA FÍSICA, HUMANA E POLÍTICAS PÚBLICAS 

Josué Geraldo Botura do Carmo[1]

Janeiro/2002

 

 

 

Estamos vivendo um momento especial da história da humanidade. Transformações em grande velocidade e de difícil dimensionamento estão ocorrendo em todo o mundo com o advento das novas tecnologias da comunicação e informação. No final do século passado nos deparamos com as redes que conectam computadores em tempo real, com a descentralização dos sistemas e interatividade. A Internet que fazia parte somente da realidade do mundo militar passa a fazer parte do mundo acadêmico, introduzindo novas formas de produzir conhecimento e cultura.

Já na segunda metade do século XIX vamos encontrar o uso da palavra rede com a implantação das grandes malhas ferroviárias que cortam os Estados Unidos da América de costa a costa, introduzindo novos elementos culturais, com reflexos na organização de todo o sistema social[2]. Hoje as malhas são óticas e eletromagnéticas e continuam constituindo elementos estruturadores de territórios com muito maior amplitude que as redes ferroviárias e propiciando novas formas de agir, de pensar e de sentir. Chegamos num momento em que só é possível sobreviver com autonomia e independência num mundo de conexões, estabelecendo relacionamentos com o conjunto da rede de forma intensa e com valores culturais locais potencialmente fortes, se disponibilizando e interagindo com o conjunto.

No Brasil, um país com grandes diversidades regionais, há que se pensar em uma profunda transformação estrutural do sistema educacional para atender este momento de implantação da informática na educação, promovendo uma maior articulação com os sistemas de informação e comunicação, tendo em mente que tecnologia de ponta não se faz com mão de obra desqualificada. A transformação do sistema educacional passa em primeiro lugar pela formação do professor. Para entendermos as transformações contemporâneas necessitamos de um novo paradigma da aprendizagem deixando de acreditar que esta se faz sempre do concreto para o abstrato, do próximo para o distante e do fácil para o difícil. Precisamos parar para observar de que forma esta nova geração convive simultaneamente de forma múltipla e fragmentada com videogames, televisões, Internet, esportes radicais, tudo ao mesmo tempo. Precisamos estar atentos para estes processos de aquisição e construção do conhecimento.

A escola conectada, interligada, integrada, articulada com o conjunto da rede, mais professores capacitados para orientar os alunos, e a implantação de políticas educacionais coerentes com as transformações da sociedade como um todo, vai ser mais um elemento vital deste processo coletivo de produção de conhecimento, por caminhos ilimitados, sem fronteiras.

Dois grandes projetos vêm sendo implantados pelo Ministério da Educação no Brasil: a TV Escola e o Projeto de informatização das escolas públicas brasileiras – PROINFO, projetos estes que necessitam de interdependência entre si e com outros projetos, num processo integrado e integrador, visando fazer da escola um espaço vivo de produção de cultura e conhecimento e estimulando uma maior integração com a comunidade.

 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

 Nelson Pretto - FACED/UFBA

professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia. Doutor em Comunicação pela USP (1994). E.mail: pretto@ufba.br Home-page: http://www.ufba.br/~pretto Fax: + 55 (0)71 235 2228

 

Educação e inovação tecnológica: um olhar sobre as políticas públicas brasileiras

Texto produzido a partir das pesquisas do autor Educação e Novo milênio: as novas tecnologias da comunicação e informação e a educação e Tecnologias da Comunicação e Educação durante o pós-doutoramento do autor no Centre for Cultural Studies/Goldmiths College

VER TAMBÉM:

A INFORMÁTICA APLICADA À EDUCAÇÃO E AS POLÍTICAS PÚBLICAS

 


 

[1] Pedagogo com habilitação em Administração Escolar de 1º e 2º graus e Magistério das Matérias Pedagógicas de 2º grau. Professor Facilitador pelo PROINFO – MEC.

[2]  Dias, L. (1995). Redes: emergência e organização in Castro, J. E et al (org) Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil.