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EDUCAÇÃO & LITERATURA

JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO

 

 

O HIPERTEXTO ELETRÔNICO

Josué Geraldo Botura do Carmo[1]

Outubro/2002

 

Para o autor o hipertexto eletrônico é a manifestação da vontade do homem de comunicar-se de maneira veloz e eficiente, e de uma forma global e com interatividade. A informática vai permitir a comunicação do saber produzido com rapidez e amplitude.

 

Os manuscritos a princípio, na China, na Mesopotâmia, no Egito eram muito grandes, pesados de difícil manuseio, eram propriedades de bibliotecas. Em 1450 essa técnica pôde ser popularizada com a imprensa de Gutenberg. O livro torna-se móvel e disponível para a apropriação e uso pessoal. E é desta forma que a divulgação do conhecimento torna-se acessível cada vez mais a um número maior de pessoas, promovendo mudanças no modo de pensar e de viver da sociedade. Como diria MacLuhan: “O homem faz a tecnologia e a tecnologia refaz o homem”.

 

E as técnicas de comunicação tanto orais como escritas se harmonizam e coexistem. O hipertexto eletrônico é a fusão das linguagens: escrita, som, imagem e movimento, é um conjunto de nós ligados por conexões e estes nós podem ser palavras, páginas, imagens, gráficos, seqüências sonoras, documentos. E ele se manifesta em um ambiente aberto às explorações e ao movimento. E é um meio de comunicação que permite a adição de novos elementos a qualquer momento, num processo dinâmico de composição e recomposição. E o leitor é livre para seguir a seqüência que quiser, passando de uma página para outra sem roteiros pré-estabelecidos. É uma obra em movimento. Podemos iniciar ou acabar um texto em diferentes pontos. O hipertexto eletrônico vai diferenciar-se do hipertexto impresso pela sua dinâmica mutabilidade, pela agilidade com que acessamos, pela fluidez com que nos apresenta como se fosse um passe de mágica. A forma de composição material do hipertexto eletrônico apresenta um campo vasto e diferente de possibilidades de leitura e escrita. Aqui podemos falar de uma real interatividade, de um diálogo entre o leitor e o escritor. A cultura da informática injeta luz, cor, som e movimento, e lança mão do conhecimento por simulação, inaugurando a simultaneidade da produção e da circulação, possibilitando o aparecimento de várias informações de forma instantânea e simultânea. E o intervalo entre o tempo da emissão e a recepção da mensagem é pequeno devido à velocidade com que essas informações são arroladas e usufruídas, em constante construção e renegociação.

 

Quando eu terminar de escrever este texto, eu o publico na Internet, sem nenhuma burocracia e instantaneamente ele estará disponível todos os internautas. E quem acessar meu site compartilhará comigo de minhas idéias. E através do e-mail, poderão dialogar diretamente comigo, se assim desejarem.

 

O usuário “navega” e interage com o texto lido de forma imediata, com possibilidades de exposição e discussão de suas idéias entre várias pessoas de diferentes lugares on-line. É uma escritura que dá ao escritor e ao leitor mais fluidez na produção e na leitura.

 

Assim vivemos hoje a era digital em que pesquisas são disponibilizadas e discutidas, grandes volumes de dados são transmitidos, transferidos de lugares distantes em questão de minutos, transformando o planeta em uma teia global de rede de comunicações das mais diversas. E essas mudanças só se fazem possíveis pela rápida evolução dos computadores, um dos poucos inventos do homem que não possui uma função fixa. Sua utilização depende de quem se serve desta máquina e do que quer da mesma. Como diria Lévy: “a técnica em geral não é nem boa, nem má, nem neutra”. A transformação do mundo humano se dá pela intervenção do próprio homem.

 

A informática superou os outros meios de comunicação, principalmente pela velocidade. Neste universo, o básico é buscar e saber usar a informação. É mais importante adquirir habilidades para manusear um catálogo, uma enciclopédia, um dicionário, um CD-ROM, uma gramática, a Internet, do que a memorização de regras. O hipertexto eletrônico pode ser uma boa ferramenta pedagógica, pode ser utilizado como fonte de leitura e produção literária. O conhecimento sem dúvida alguma poderá alcançar níveis mais complexos com a informática através da simulação virtual que possibilitam vivências de experiências semelhantes às atividades cotidianas práticas, cujas causas e efeitos não só são cogitadas como observadas e sentidas nesse espaço virtual, aprendendo a planejar soluções. Através da simulação podemos perceber melhor o mundo que nos cerca.

 

Podemos dizer que um novo estilo de humanidade está sendo inventado. Está acontecendo uma reorganização, um redimensionamento nas relações dos indivíduos na sociedade.

 

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

O bit na galáxia de Gutenberg

Luiz Carlos Neitzel

<http://www.geocities.com/Athens/Sparta/1350/bit.html>

Acessado em 26/10/2002

 

 

 

 


 

[1] Pedagogo com habilitação em Administração Escolar de 1º e 2º grau e Magistério das Matérias Pedagógicas de 2º grau. Professor Facilitador em Informática Aplicada à Educação pelo PROINFO – MEC – NTE-MG2